Titular absoluto, atacante foi um dos grandes nomes da conquista inédita da Libertadores, sendo o responsável pelas duas assistências na final

Keno é aquele jogador que todo time e treinador quer ter. Incansável, não desiste de uma jogada, é veloz, driblador e, acima de tudo, decisivo. Foi assim nos grandes clubes pelos quais passou ao longo da carreira, incluindo, claro, o Fluminense. Sorte da apaixonada torcida tricolor, que vê o atleta, aos 34 anos, em sua primeira temporada no clube, como um dos principais destaques da equipe neste inesquecível 2023, ano da inédita conquista da Libertadores, competição pela qual o camisa 11 deu cinco assistências, incluindo as duas na decisão, contra o Boca Juniors.

Agora, às vésperas do Mundial de Clubes, o atacante acaba de completar 50 jogos pelo Fluzão. A marca, alcançada no último fim de semana, diante do Palmeiras, no Allianz Parque, pelo Campeonato Brasileiro, foi celebrada pelo jogador.

“Para mim, é uma enorme honra e privilégio alcançar essa marca na minha primeira temporada aqui, um ano tão especial para mim e para o Fluminense. Quando cheguei, o professor Diniz me passou muita confiança e disse que eu repetiria aqui o que rendi em outros clubes, como no Palmeiras e no Atlético Mineiro. A torcida sempre acreditou em mim e isso serviu como um estímulo extra. Com bastante trabalho e dedicação, consegui ajudar em diversos aspectos. O resultado de ontem, no Allianz Parque, não foi o que a gente queria, mas, no geral, está sendo um excelente 2023 e fico feliz por estar escrevendo o meu nome na história no clube”, afirmou.

Em seu primeiro ano no Fluminense, Keno já chegou à sua melhor temporada em assistências: 13. O atacante ainda balançou as redes cinco vezes. Ou seja, são 18 participações diretas em gol, uma média de uma a cada 2,7 jogos.

Números impressionantes em jogos decisivos
Para quem acompanha a carreira de Keno, o fato de o atacante ter sido um dos grandes nomes da final da Copa Libertadores não chegou a ser uma grande surpresa, afinal de contas, o jogador tem a fama de crescer em momentos decisivos.

Em 2021, pelo Atlético Mineiro, marcou dois gols contra o Bahia, no jogo que deu o título de campeão Brasileiro ao Galo. Além daquela partida, também balançou as redes nas duas finais da Copa do Brasil, contra o Athletico-PR.

“O pessoal comentou isso comigo. Nesses jogos decisivos, a ansiedade é bem grande. A gente não vê a hora de entrar em campo. Depois que começa a partida, consigo dar uma relaxada e desfrutar. Graças a Deus, consegui ajudar o Fluminense contra o Boca e já tinha sido assim no Galo, em 2021. Espero poder fazer o mesmo no Mundial de Clubes, torneio que será um sonho poder fazer parte e competir”, disse Keno.

Antes de embarcar para a Arábia Saudita, o Fluminense ainda pega o Grêmio, pelo Campeonato Brasileiro. O Tricolor das Laranjeiras estreia no Mundial, no dia 18 de dezembro, contra Al Ahly (Egito), Al-Ittihad (Arábia Saudita) ou Auckland City (Nova Zelândia) na semifinal. A decisão e a disputa do terceiro lugar serão no dia 22.

Invicto contra o Boca
Além do título e das duas assistências, a vitória sobre o Boca Juniors ainda teve mais um significado para Keno, pois o jogador manteve a sua invencibilidade diante do time argentino.

Antes de ser um dos personagens da grande final da Libertadores deste ano, pelo Fluminense, o jogador enfrentou os Xeneizes duas vezes, ambas pela fase de grupos da competição sul-americana de 2018, com a camisa do Palmeiras. No Allianz Parque, fez o gol do Verdão, no empate em 1 a 1. Já na Bombonera, abriu o placar e deu o cruzamento que originou o tento de Lucas Lima, no triunfo de 2 a 0.

Trajetória
Keno iniciou tarde como atleta profissional. Não teve formação na base, acumulou uma passagem pelo América-SE, mas só estreou como profissional, aos 23 anos, na segunda divisão baiana, pelo Botafogo-BA, de onde saiu na sequência para ir ao Águia de Marabá, disputar a Série C. Depois, o atacante deslanchou e rodou por vários clubes, até se destacar no Santa Cruz e, principalmente, no Palmeiras, onde fez parte do elenco campeão brasileiro de 2018.

De volta ao Brasil, em 2020, após passagens pelo futebol egípcio e dos Emirados Árabes Unidos, Keno brilhou no Atlético-MG, onde conquistou seis títulos. Além do Brasileiro (2021) e da Copa do Brasil (2021), foi tricampeão mineiro (2020, 2021 e 2022) e ergueu a Taça da Supercopa do Brasil (2022).

Após duas temporadas e meia no Galo, Keno chegou ao Fluminense, no início de 2023, e tornou-se peça fundamental na campanha do Fluzão nas conquistas do Carioca, com um gol e quatro assistências, e na Libertadores, com cinco passes decisivos.