Um dos grandes nomes da atual geração do futebol feminino brasileiro e mundial, atacante é a segunda maior goleadora da era Pia, com cinco gols, e a terceira que mais vezes entrou em campo sob o comando da treinadora sueca, com 15 atuações
Foto: Arte/Triple/Comunicação
A atacante Bia Zaneratto comemorou a sua convocação para defender a Seleção Brasileira feminina em mais uma Olimpíada. Artilheira do Brasil na Rio 2016, com três gols, a jogadora do Palmeiras acompanhou o anúncio feito pela técnica Pia Sunhage da lista das 18 atletas que terão a missão de buscar o ouro inédito em Tóquio e não escondeu a satisfação de ser uma das chamadas.
”Confesso que estava ansiosa pela lista. Estou muito feliz e orgulhosa pela oportunidade de defender o Brasil em mais uma Olimpíada. Só tenho que agradecer às pessoas que, em algum momento, estiveram ao meu lado e me ajudaram a chegar até aqui, especialmente à Pia e à comissão técnica, que estão me proporcionado essa oportunidade. Podem ter certeza de que farei de tudo para, junto com as minhas companheiras, trazer essa medalha de ouro inédita para o nosso país”, ressaltou.
Bia Zaneratto é uma das atletas que mais se destacou ao longo dos 18 amistosos disputados nos quase dois anos de trabalho de Pia. Com cinco gols marcados em 15 jogos disputados, a atacante é a segunda maior goleadora desde a chegada da treinadora sueca, em julho de 2019, a terceira que mais vezes entrou em campo e a quarta com mais minutos em campo (924).
”A preparação, até aqui, foi muito bem feita. Nesses últimos dois anos, a Pia extraiu o melhor de todas nós. Hoje, me sinto muito bem e pronta para ajudar da melhor forma. Estou confiante de que conseguiremos fazer grandes jogos e brigar por esse título tão cobiçado”, afirmou.
O Brasil está no Grupo F e estreará nos Jogos Olímpicos no dia 21 de julho, diante da China, em Miyagi. Três dias depois, a Seleção irá encarar a Holanda, atual vice-campeã mundial, no mesmo estádio. Em 27 de julho, a equipe fechará a primeira fase contra Zâmbia, em Saitama.
Origem do apelido “Imperatriz” e destaque vestindo a camisa da Seleção
Um dos grandes nomes da atual geração do futebol feminino brasileiro e mundial, Bia passou a ser conhecida como “Imperatriz” por conta do seu futebol ser comparado ao do “Imperador” Adriano, durante as últimas Olimpíadas de 2016, quando foi a artilheira do Brasil, com três gols.
Além dos Jogos Olímpicos, Bia Zanaeratto já defendeu a Seleção Brasileira em três Copas do Mundo e, em 2018, foi uma das principais jogadores na conquista da Copa América, terminando a competição como artilheira do Brasil, com seis gols, e em segundo lugar no ranking geral, atrás apenas da colombiana Catalina Usme, com nove tentos.
Vestindo a camisa amarelinha, a Imperatriz também foi campeã da Copa CFA da China de 2018, bicampeã do Torneio Internacional (2014 e 2015) e ganhou a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara (2011).
Nas categorias de base, Bia Zaneratto ainda ganhou o bicampeonato Sul-Americano Sub-17 (2008 e 2010) e o Campeonato Sul-Americano Sub-20 (2010).
Trajetória
Paixão por futebol desde criança
Natural de Araraquara, interior de São Paulo, Bia Zaneratto sempre se interessou por futebol e, apesar do desejo da mãe para que a filha dançasse ballet quando criança, sempre teve o apoio da família para praticar o esporte que mais gostava.
Beatriz começou a chamar a atenção desde cedo por conta da sua intimidade com a bola. Aos 7 anos, foi a única menina de um campeonato interescolar e não só ajudou o seu colégio a ficar com o título como ainda foi a artilheira do torneio. Os primeiros passos até chegar ao sonho de se tornar profissional aconteceram atuando ao lado de garotos na ONG Espaço Criança, criada por Luiz Carlos da Silva, seu primeiro treinador e amigo de Aparecido Donizete João, pai e grande incentivador de Bia.
Perto de completar 13 anos, a jovem se destacou e ajudou a ONG a ficar com o vice-campeonato de uma competição em Itapetininga. Além disso, uma competição de embaixadinhas, foi a campeã, com mais de 240 toques na bola.
As brincadeiras machistas e o preconceito que surgiram naquela época, porém, fizeram com que ela desistisse do futebol e passasse a jogar vôlei, no Clube 22 de Agosto. Felizmente, meses depois, voltou atrás na ideia graças à insistência do então prefeito da sua cidade (Edinho Silva), que estava montando o time feminino da Ferroviária e fazia questão de tê-la na equipe.
Rápida ascensão e sucesso por onde passou
No clube de sua cidade natal, Bia teve rápida ascensão, tanto é que foi convocada para a Seleção Brasileira Sub-17, onde foi bicampeã Sul-Americana da categoria.
Não demorou muito e, aos 17 anos, a garota realizou o sonho de jogar na seleção principal, ao lado de Marta, convocada pelo técnico Kleiton Lima. Juntos, os três também conquistaram a Libertadores, pelo Santos, em 2010.
Depois, defendeu o Bangu (2011) e o Vitória das Tabocas-PE (2012 e 2013) antes de se transferir para o Hyundai Red Angels, da Coreia do Sul, onde passou a atuar como atacante e não mais de meia. Do outro lado do mundo, a jogadora brilhou, conquistando sete títulos nacionais em sete anos.
Momento atual: Destaque no Palmeiras
No início de 2020, Bia Zaneratto assinou contrato com o Wuhan Xinjiyuan, da China, mas, antes de desembarcar no país, foi cedida por empréstimo ao Palmeiras, onde fez dois jogos entre janeiro e julho, marcou dois gols e deu duas assistências
Depois de atuar do outro lado do continente, a Imperatriz voltou a ser cedida por empréstimo ao Verdão em abril deste ano e, desde então, vem sendo o grande destaque do Campeonato Brasileiro, com 11 gols marcados e 7 assistências em 13 partidas. Tais números ajudaram não só as palestrinas a garantirem vaga nas quartas de final da competição, como também a se manter como a única equipe invicta até aqui.
Números de Bia Zaneratto nas Olimpíadas Rio 2016
5 jogos (2 vitórias, 2 empates e 1 derrota)
3 gols (artilheira do Brasil)
Jogos:
Fase de grupos: Brasil 3 x 0 China – Atuou os 90 minutos.
Fase de grupos: Brasil 5 x 1 Suécia – Fez o primeiro e o quinto gol. Atuou os 90 minutos.
4ªs de final: Brasil 0 (7)x(6) 0 Austrália – Atuou os 120 minutos e converteu seu pênalti.
Semifinal: Brasil 0 (3)x(4) 0 Suécia – Substituída aos 101 minutos por Raquel.
Disputa pelo Bronze: Brasil 1 x 2 Canadá – Fez o gol de honra do Brasil e atuou os 90 minutos.
Títulos pela Seleção
Copa CFA da China (2018)
Copa América (2018)
Bicampeonato do Torneio Internacional (2014 e 2015)
Medalha de Prata nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara (2011)
Bicampeonato Sul-Americano Sub-17 (2008 e 2010)
Campeonato Sul-Americano Sub-20 (2010)
Bia Zaneratto com Pia Sunhage como técnica
15 jogos
12 jogos como titular
5 gols
924 minutos em campo
Artilheiras da Seleção na era Pia
1) Debinha – 12 gols
2) Bia Zaneratto – 5 gols
3) Formiga – 3 gols
Jogadoras que mais atuaram com Pia
1) Debinha – 18 jogos
2) Tamires – 16 jogos
3) Bia Zaneratto – 15 jogos
Jogadoras com mais minutos em campo na era Pia
1) Debinha – 1206 minutos
2) Tamires – 1110 minutos
3) Bárbara – 1012 minutos
4) Bia Zanearatto – 924 minutos