Um dos principais destaques do São Paulo desde a última temporada, goleiro foi chamado por Dorival Júnior para os amistosos contra Inglaterra e Espanha, nos dias 23 e 26 de março

A primeira convocação para representar o seu país é um momento daqueles para ficar gravado para sempre na memória de qualquer jogador. Com Rafael, não é diferente. O goleiro do São Paulo tem o seu nome presente na primeira lista do técnico Dorival Júnior no comando da Seleção Brasileira, para os contra Inglaterra e Espanha, nos dias 23 e 26 de março.

“É um sonho para todos chegar à Seleção Brasileira. Um desejo que qualquer fã do futebol nutre desde criança, quando inicia nas escolinhas de futebol e que se intensifica quando chegamos ao profissional. Havia sido convocado na base, mas agora é diferente. Só tenho a agradecer por tudo o que tenho vivido, por tudo que tem acontecido comigo e por agora passar por essa sensação indescritível”, afirmou.

“Agradeço a todos que estiveram ao meu lado e a cada profissional que já me ajudou ao longo da minha carreira. Não posso esquecer de todos os clubes que passei e que acreditaram em mim, especialmente o São Paulo, clube que defendo com o maior orgulho hoje e onde vivo o meu melhor momento. Agradeço a minha família, sem eles nada disso estaria acontecendo. E agradeço ao Dorival, um cara fantástico com quem trabalhei até pouco tempo e que tenho certeza de que terá grande sucesso na Seleção. Agora é seguir trabalhando forte e aproveitar ao máximo essa chance. ”, completou.

Destaque do São Paulo
Aos 34 anos, Rafael está disputando sua segunda temporada com a camisa do São Paulo e, desde que chegou ao clube, assumiu papel de destaque mostrando segurança debaixo das traves e grandes defesas em momentos importantes. Primeiro, deu fim ao rodízio na posição, que existia desde a saída de Tiago Volpi e ajudou o time a esquecer os momentos turbulentos e a desconfiança da torcida em relação à posição, que existia desde a aposentadoria de Rogério Ceni.

Na sequência, foi fundamental na campanha do título inédito da Copa do Brasil, com papel de protagonista em alguns embates importantes, como no duelo com o Sport, quando pegou a cobrança de pênalti de Luciano Juba e levou o time às quartas de final do torneio. Já na semifinal, fez dois ótimos jogos contra o Corinthians, com direito a uma defesa milagrosa, após chute de Matías Rojas, na partida de volta, no Morumbi, que ajudou o time a eliminar o arquirrival e seguir vivo na caminhada até a conquista.

Na grande decisão, diante do Flamengo, foi um dos principais nomes da equipe ao realizar, pelos menos, três defesas bem difíceis em chutes de Pedro, logo no início da partida, Gerson, ainda no primeiro tempo, e Ayrton Lucas, nos minutos finais do embate no Morumbi.

O ótimo desempenho durante toda a competição, inclusive, fez com que o camisa 23 fosse eleito o melhor goleiro da Copa do Brasil, prêmio concedido pela organização do torneio.

Com 66 partidas disputadas em 2023, Rafael não só foi o jogador que mais defendeu o clube do Morumbi na última temporada, como chegou ao seu recorde pessoal de atuações em um mesmo ano. E não para por aí. O camisa 23 entrou para o seleto ranking de jogos sem sofrer gol por temporada. Assim como Waldir Peres em 1983 e 1974, saiu de campo 32 vezes sem ser vazado, ficando no top-4 da lista.

Herói da Supercopa do Brasil
O ano de 2024 também começou da melhor forma possível para Rafael, que, com grande atuação no tempo normal e duas defesas na disputa de pênaltis sobre o arquirrival Palmeiras, ajudou o São Paulo a ganhar o título da Supercopa do Brasil, e ainda foi eleito o melhor goleiro da decisão realizada no Mineirão.

Ao todo, pelo clube do Morumbi, Rafael já disputou 75 duelos e não sofreu tentos em 34 deles. Além disso, com 63 gols sofridos, tem uma média de 0,84 por confronto.

Apoio da família para realizar o sonho de criança
Rafael, como a maioria das crianças, sempre teve a bola como objeto inseparável e nutria o desejo de ser jogador de futebol. Para isso, sempre contou com o apoio irrestrito dos pais, mas com uma condição: desde que não largasse os estudos.

Aos 13 anos, o garoto recebeu o convite para integrar as categorias de base do Cruzeiro. Assim, se despediu dos pais Eloizio e Denise e dos irmãos Paulo, Fillipe e Gustavo, que seguiram em Coronel Fabriciano, Região Metropolitana do Vale do Aço, sua cidade natal, para morar na Toca da Raposa.

O time celeste, inclusive, já havia tentado levar Rafael um ano antes, mas seus pais preferiram aguardar o menino amadurecer, pelo menos, mais um tempo e só o liberaram mediante a condição de que ele seguisse com os estudos em Belo Horizonte.

Seleção de base e início no time principal do Cruzeiro
No período em que esteve nas categorias de base da Raposa, Rafael se destacou bastante enquanto era lapidado para chegar ao profissional. Em 2007, então com 18 anos, foi um dos protagonistas da única Copa São Paulo de Futebol Júnior conquistada pelo Cruzeiro. Na vitoriosa campanha, aliás, defendeu o pênalti cobrado por Bruno César e a Raposa venceu o São Paulo na decisão. No mesmo ano, ainda foi campeão do Brasileiro Sub-20.

Na temporada seguinte, veio a promoção ao time principal, sob o comando do então treinador Adilson Batista, enquanto ainda era convocado para defender a Seleção Brasileira de base, onde conquistou o Campeonato Sul-Americano Sub-20, na Venezuela, e foi vice-campeão da Copa do Mundo Sub-20, no Egito, em 2009.

Ao todo, foram 12 temporadas disputadas por Rafael na equipe principal do Cruzeiro, com 112 partidas realizadas, 103 gols sofridos (média de 0,91 por jogo) e 10 títulos conquistados: seis mineiros (2008, 2009, 2011, 2014, 2018 e 2019), dois Brasileiros (2013 e 2014) e duas Copas do Brasil (2017 e 2018).

Nesse período, o goleiro viveu momentos marcantes e mostrou muita competência, sempre que precisou substituir o ídolo Fábio, como na goleada de 6 a 1 sobre o Atlético-MG, na última rodada do Brasileirão de 2011, que salvou a equipe do rebaixamento, e durante o segundo semestre de 2016 até o meio de 2017, período em que o arqueiro titular estava afastado dos gramados por conta de uma grave lesão no joelho.

Em 2017, inclusive, Rafael ganhou o troféu Globo Minas de melhor goleiro do Campeonato Mineiro. Dois anos depois, ele voltaria a ser premiado, agora, pela defesa mais bonita do torneio, na vitória sobre a Tombense, quando pegou pênalti e o rebote, na sequência.

Colecionador de taças também no Atlético Mineiro
Em 2020, Rafael se transferiu para o Atlético-MG e seguiu empilhando troféus. Com apenas cinco meses de clube, foi titular na campanha do título mineiro, competição que conquistaria também em 2021 e 2022.

Pelo Galo, Rafael ainda foi campeão do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil, em 2021, além da Supercopa do Brasil de 2022, seu 16º título como jogador profissional.

Ao todo, foram 31 partidas disputadas, 21 gols sofridos e 16 duelos sem ser vazado