Projeto tem como principal objetivo ajudar e auxiliar os parentes até a execução de todas as ações na justiça. Reunião também tratou dos avanços nas investigações e alternativas jurídicas para pedidos de indenização

(Abel Dias, Josmeyr Oliveira, Alexandre Araújo, Fabienne Belle, Thiago Degasparin e Gilson Vivian/ Foto: Divulgação)

Nesta quarta-feira, 24 de outubro, a Associação Chapecoense de Futebol e a Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo da Chapecoense (AFAV-C) apresentaram, em Chapecó, a Fundação Vidas, instituição que atuará na criação de um fundo financeiro para dar suporte às famílias das vítimas durante todo o período dos pedidos de indenizações na justiça.

A Fundação Vidas terá sede em Chapecó e uma diretoria composta por membros do clube e representantes das famílias. O foco principal da Fundação é atender quatro pilares básicos: saúde, educação, moradia e alimentação.

“A relação entre a Chapecoense e a famílias está em constante aprimoramento e evolução. Entendemos que, hoje, elas precisam ser assistidas de alguma forma e a Fundação Vidas é um grande passo para que elas mantenham suas despesas enquanto perdurem as ações na justiça”, explicou Thiago Degasperin, advogado do clube e um dos envolvidos no projeto.

O trabalho agora é buscar parceiros dispostos a contribuir com a causa. Os recursos arrecadados serão repassados de forma mensal, fixa e igualitária a todos os parentes das vítimas brasileiras do acidente. A Chapecoense, além de ser agente captador de parcerias, já se dispôs a ser um dos patrocinadores, inclusive, disponibilizando e administrando o imóvel onde funcionará a sede da Fundação Vidas, em Chapecó.

“Por trás de uma vida, há sempre uma família. Essa é a motivação que deu origem ao nome da Fundação. Muito importante ter o clube conosco neste projeto, pois ele pode angariar parceiros dispostos em ajudar a nossa causa”, disse Fabienne Belle, presidente da AFAV-C.

A ajuda é uma tentativa de sanar a necessidade de algumas famílias que, pela morosidade da justiça, têm enfrentado dificuldades, recorrendo a empréstimos bancários e a ajuda de amigos e parentes. A expectativa dos advogados é a de que as ações judiciais durem cerca de 5 anos, período em que a Fundação Vidas atuaria junto aos parentes das vítimas.

Prazo para ações perto de expirar

Durante o encontro, também foram discutidas estratégias para que as famílias das vítimas não percam os prazos dos pedidos de indenização na justiça. No próximo dia 28 de novembro, quando o acidente com o avião da LaMia completa 2 anos, encerram-se também as datas legais para que sejam ajuizados qualquer pedido de reparação.

Nos últimos meses, em uma investigação custeada pela Chapecoense, uma comitiva representada pelos advogados do clube e da AFAV-C, além de um técnico de seguro aeronáutico, viajou para os Estados Unidos, Colômbia e Bolívia, em busca de informações que apontassem responsáveis pelo acidente. Os resultados da força-tarefa deram base para uma nova interpretação jurídica, que foi dividida com todas as famílias e seus advogados durante o evento.

“As análises e documentos que levantamos junto aos órgãos e empresas internacionais estão à disposição de todos os advogados das famílias, sem custos. É importante que trabalhemos juntos para que cada família siga sua estratégia processual em tempo hábil”, finalizou o doutor Degasparin.

Além das famílias das vítimas, estiveram presentes no encontro os sobreviventes Alan Ruschel e Neto, jogadores da Chapecoense, além do jornalista Rafael Henzel.